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Foto do escritorIsabella Pinheiro

Nota de esclarecimento sobre o Beba Como Uma Garota


Março 2018

Foto: Março 2018

Eu me chamo Isabella, sou estudante de Design e Analista de Marketing. Moro longe da minha família há seis anos para construir alguns sonhos. Um deles é o Beba Como Uma Garota, no qual conto hoje com um time de oito redatoras, oito confreiras, 70 mulheres no país todo atingidas pelo projeto e mais de 2 mil seguidores nas redes sociais.

Devido a algumas manifestações sobre o Beba Como Uma Garota, achei que seria importante deixar aqui o meu ponto de vista e manifestar a opinião de algumas seguidoras.

Em setembro de 2017, criei o perfil do Beba Como Uma Garota, tendo em vista que nós, mulheres, temos muito pouco espaço no universo cervejeiro e ainda passamos por muito preconceito. Como sou designer, tive o cuidado para que fosse algo original e sem cópias. O projeto vem sendo construído para dar voz e principalmente espaço para todas as mulheres. Muitas me enviam mensagens, sempre me parabenizando pelo projeto, e dizem que se sentem representadas por ele. Por isso, eu sempre tentei investir em melhorias como, por exemplo, a criação do site e os produtos, além de estar em busca constante de parcerias.

Eu sempre visei a importância da mulher no mercado cervejeiro, por isso, quem conhece meu trabalho sabe o quanto me manifesto a favor da produção feita por mulheres e seu posicionamento no mercado de forma assertiva e respeitosa. Com o projeto, pude conhecer muitas mulheres que lutam pelo mesmo ideal e sempre estamos em constante comunicação e nos fortalecendo umas com as outras. Afinal, como eu falo de uma campanha para mulheres e cerveja sem dar voz a elas? Sem dar espaço? E sem deixar que elas produzam cerveja?

No mês passado, uma empresa brasileira lançou uma campanha com as mesmas características que as minhas. O nome do Beba Como Uma Garota foi ligado de forma indevida a uma empresa sem nenhuma autorização, uma vez que eu era cliente da mesma e eles sabiam ativamente sobre meu projeto e o nome utilizado, além de gerar transtornos e plágio de outros projetos que lutam politicamente para que nós mulheres tenhamos cada vez mais voz e espaço.

Em nenhum momento, eu, minhas confreiras, redatoras e seguidoras nos sentimos representadas pela campanha em questão. Além disso, em nenhum momento fui procurada pela empresa. Foram várias mensagens tendo que explicar que eu não tinha nada a ver com a campanha, que foi uma cópia, me gerando inúmeros transtornos físicos, emocionais e financeiros.

Notifiquei através de carta, de forma amigável, sobre o uso indevido do nome do projeto, quem decide se o nome é apenas uma “propaganda” ou uma marca que possa ser usado é o órgão responsável por registros no território Brasileiro, o INPI.

A maioria dos meus seguidores, que hoje conta com um público ativo feminino de 46%, se uniram para que a campanha saísse do ar, uma vez que acompanham ativamente meu projeto e viram que eu não estava envolvida e também não se sentiram representadas.

Hora nenhuma eu entrei em contato com a empresa sem ser por vias jurídicas ou manifestei minha opinião publicamente, mas me senti no dever de trazer tudo isso a público, depois de todos os ocorridos da última semana.

Afinal, juntas somos mais fortes! Por isso, sempre estive encabeçada em projetos e parcerias que beneficiassem minhas seguidoras e sempre estive à disposição para que essas parcerias fossem firmadas.

O Beba Como Uma Garota é um projeto que vai além da cerveja, ele se importa com cada mulher que faz parte dele, abrindo espaço para ouvir suas dores e queixas sobre o quão machista ainda é o meio cervejeiro e tentando propor formas para acabar com esse tipo de comportamento, para que a mulher se sinta representada de forma igualitária e possa ter voz.

Até a publicação desta nota, eu não obtive retorno formal da empresa sobre o uso indevido do nosso nome.

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