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Foto do escritorMariana Lima

A história da cerveja no Brasil

Você, boa e bom bebedor, já parou para se perguntar como a cerveja chegou ao Brasil? Quando? Onde? Como ela era? Como era vendida?

Ta ai uma boa pergunta, não é mesmo?! Vem comigo, saber um pouquinho mais sobre a nossa amada cerveja.

Segundo a Mintel, uma empresa privada de pesquisas de mercado, os brasileiros consumiram mais de 10 bilhões de litros de cerveja em 2018. E não é nenhum segredo que as cervejas artesanais tem grande participação nestes valores. Com um crescimento de 130% nos últimos cinco anos, já são mais de 170 mil rótulos.


Mas você já parou para pensar quando foi que esse liquido super apreciado e consumido pelos brasileiros chegou em terras tupiniquins? A verdade é que não existem muitos registros exatos a respeito. Dá uma conferida nessa pequena confusão.


A história começa em 1808, quando a família real portuguesa se muda para a colônia, e a abertura dos portos às nações amigas de Portugal, faz da Inglaterra a nossa primeira fornecedora. Mas nesse caso estamos falando do consumo da bebida pela nobreza, que até então, consumiam os vinhos portugueses e os licores franceses. Enquanto isso, a outra parte da população consumia bebidas como a “Gengibirra”, produzida a partir de farinha de milho, gengibre, casca de limão e água; a “Caramuru”, feita de milho, açúcar mascavo, gengibre e água; e, claro, a cachaça, a bebida mais popular no Brasil até o fim de 1830. A cerveja era de produção caseira, feita por famílias de imigrantes. Foi só a partir da década de 1890 que essas famílias passaram a produzir em larga escala. Mas ainda assim, a venda era feita no balcão da própria cervejaria e a bebida era distribuída apenas na vizinhança. Não haviam marcas. A venda acontecia em barris que depois eram distribuídos pela cidade. O comerciante era quem, as vezes, engarrafava e rotulava o produto para venda.


Entre mitos e lendas, existem registros de uma fábrica de cervejas que foi trazida desmontada por Mauricio de Nassau à Recife, em 1637. Mas parece que cerveja que era bom, ninguém viu. Gilberto Freyre, em seu livro “Nós e a Europa Germânica”, descreve que, em 1869, o imperador agraciou Henri Joseph Leiden com o hábito da Rosa, por ter sido o fundador da primeira fábrica de cervejas no Brasil, em 1842. Uma estatística da Imperial Colônia de Petrópolis, referente ao ano de 1846, já fazia menção à uma fábrica cervejeira na região.


A bebida produzida nessa época era conhecida como “cerveja barbante”. De alta fermentação, produzia uma enorme quantidade de gás carbônico, fazendo com que as rolhas fossem amarradas com barbante para não saltarem das garrafas.


Ao longo dos anos foram surgindo várias outras fábricas e marcas de cerveja. E durante toda a história desse liquido em terras brasileiras, uma empresa absorveu a outra, ou foi vendida, ou trocou de razão social.... e por ai a fora. As tão conhecidas garrafas de vidro em cor âmbar só foram lançadas em 1978, pela Brahma Chopp. E as nossas queridíssimas latinhas de alumínio só surgiram em 1989.


Apesar de ser uma história longa, confusa e pouco registrada, não há dúvidas de que o consumo de cerveja só cresceu por aqui. A quantidade de marcas, tipos e opções é incontável.


Em 1974, Carlos Drummond de Andrade escrevia, na abertura da crônica ‘A de sempre’:


“- Até beber cerveja ficou difícil — queixa-se.

- O preço?

- Não. A variedade.”


Em uma época onde imperavam as marcas Brahma, Skol e Antártica, mal sabia Drummond que escolher uma cerveja nos dias de hoje seria uma tarefa ainda mais difícil, não é mesmo?! Mas isso já é assunto pra outro dia.


Cheers! E até a próxima.


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